A receita para o período ficou em US$ 1,3 bilhão (R$ 6,9 bilhões, na conversão direta). Trata-se de um recorde para o Nubank. No terceiro trimestre de 2021, esse parâmetro ficou em U$ 480,9 milhões. Houve crescimento de 172% na comparação ano a ano, portanto. Diante de uma receita de US$ 1,3 bilhão, um lucro líquido de US$ 7,8 milhões (R$ 42 milhões) parece um número inexpressivo. Mas o valor aponta para uma progressiva melhora na estratégia operacional da companhia. Basta fazermos, novamente, uma comparação ano a ano. No terceiro trimestre de 2021, o Nubank registrou prejuízo de US$ 34,4 milhões. Levemos em conta também que, em trimestres seguintes a esse, o Nubank destacou apenas o lucro líquido ajustado. Esse parâmetro é formado com base na exclusão de fatores como despesas relacionadas à remuneração de ações e efeitos tributários. No relatório financeiro referente ao primeiro trimestre de 2022, por exemplo, o lucro ajustado do Nubank ficou em US$ 10,1 milhões, mas não houve lucro líquido. Na verdade, a companhia fechou o período com prejuízo líquido de US$ 45,1 milhões. Já os resultados mais recentes mostram que o lucro ajustado ficou em US$ 63,1 milhões. Mas não houve prejuízo. Como já sabemos, o lucro líquido fechou em US$ 7,8 milhões.

Qual a diferença entre faturamento, lucro e receita?

70 milhões de clientes e custos baixos

O Nubank credita os resultados do terceiro trimestre a três fatores principais: “mais clientes, maior engajamento e custos operacionais baixos”. Somando os mercados em que atua — Brasil, Colômbia e México —, a empresa superou a marca de 70 milhões de clientes no período. O Nubank tem uma medida que avalia a receita média mensal por cliente ativo. Outra medida indica o custo médio mensal de atendimento para cada cliente ativo. O primeiro parâmetro ficou em US$ 7,9. O segundo, em US$ 0,8. A própria empresa explica o que isso significa: “em média, cada cliente ativo está nos trazendo mais receita, enquanto nosso custo para atendê-los permanece o mesmo”. No relatório, o Nubank destacou ainda que os seus custos de serviço são 85% menores em relação a bancos tradicionais.

Mas a inadimplência subiu

Apesar dos números positivos, o último trimestre não foi favorável ao Nubank em todos os aspectos. A companhia viu a inadimplência entre clientes subir no período. A inadimplência de 15 a 90 dias aumentou para 4,2%. No trimestre anterior, esse parâmetro estava em 3,7%. Já a inadimplência para períodos superiores a 90 dias passou de 4,1% (trimestre anterior) para 4,7%. O aumento do problema foi percebido tanto nas operações com cartão de crédito quanto com empréstimos (crédito pessoal). No entanto, o Nubank afirma que esse cenário é consequência de uma tendência macro, isto é, de uma situação que afeta todo o mercado. A companhia também ressalta que o seu desempenho continua sendo melhor do que o de outras instituições.

De olho na Colômbia e no México

Dos 70 milhões de clientes alcançados pelo Nubank no terceiro trimestre de 2022, 66,9 milhões estão no Brasil. Mas isso não desanima a empresa quanto ao aspecto da expansão internacional. Ao comentar os resultados financeiros, David Vélez, CEO do Nubank, falou em acelerar o crescimento das bases de clientes da empresa na Colômbia e no México. O executivo entende que, juntos, esses mercados poderão ser maiores do que as operações da companhia no Brasil. Essa hipótese é baseada na percepção de que o Nubank segue um ritmo de crescimento mais forte nesses países na comparação com o Brasil. Para aumentar esse ritmo, a companhia comprou um pequeno banco no México e aguarda uma licença bancária para lançar a conta Nu na Colômbia. Chegada em outros países? Talvez em outro momento. Para 2023, o Nubank planeja se concentrar justamente na Colômbia e no México.

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